SERVIÇO
PALIATIVO COM NOME EMERGENCIAL NÃO!
Por
Alcy Maihoní
Costumo dizer que serviço paliativo é o
mesmo que serviço de porco e como em certos casos em que vidas humanas estão em
jogo é inadmissível que estimulemos tal prática. Devido a este período de
fortes chuvas que vem ocorrendo em nossa região, onde houve mortes e
destruições de dezenas de casas, famílias inteiras desalojadas, muito se fala
na exigência da prefeitura ou estado agirem rapidamente, para que a situação
não se agrave ainda mais. Nas redes sociais o assunto no momento é que devem
fazer pra ontem, limpeza do RIO BOTAS, córregos, valões, em que as equipes do
INEA/Estado utilizem inclusive máquinas anfíbias. Concordo com essa limpeza, sem
duvidas é claro, mas para mim isto não basta, porque é apenas um serviço básico
obrigatório e cotidiano cabendo qualquer prefeitura que se preze a realizar. O
Programa de Controle de Inundações e Recuperação Ambiental das Bacias dos Rios
Sarapuí, Botas e Iguaçu, chamado de PROJETO IGUAÇU, jamais pode ser considerado
e aceito em nenhuma de suas fases (etapas), trabalhos de forma rápida e paliativa.
Todo o processo deve ser realizado de forma bem planejada estruturalmente de cunho
permanente e posteriormente a manutenção (sustentabilidade) cabe aí sim aos municípios.
No caso da dragagem dos rios, e em especial ao nosso interesse, RIO BOTAS e
seus afluentes, mesmo que o Estado venha
utilizar máquinas de alta tecnologia, será como enxugar gelo, se não tornar
esta limpeza como um hábito ambiental.
O que o município precisa para minimizar
então, os negativos efeitos das chuvas de verão:
1.
Deve
possuir uma Carta Geotécnica que aponta áreas que não devem ser ocupadas. Os
conselhos existentes das 9 APAS + Apa Alto Iguaçu podem elaborar em conjunto com
a SEMUHAM;
2.
Obras
de Contenção da Encosta – Serra de Madureira (áreas com deslizamentos de terra
e pedras);
3.
Criação
de canais de drenagens;
4.
Construção
de comportas e diques;
5.
Reflorestamento
com equipes de Brigada Florestal.
Sem estas obras estruturantes em Nova
Iguaçu, todo e qualquer serviço realizado será apenas paliativo. Se eu estiver
enganado e houver algum engenheiro (a) leitor, favor me corrige e faça-me
compreender outras formas de inibir tais cheias de verão.
Na foto: da esquerda para direita: Marcelo Soares (hoje presidente
da APA Alto Iguaçu), Alcy Maihoní – Ex-conselheiro da APA Gericinó Mendanha e
Walter Luiz – Ex- Secretário da APA Gericinó Mendanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário