Moradores sofrem sem obras de infraestrutura em Nova Iguaçu
Fotos: Raphael Bittencourt |
A cada chuva, momentos de tensão. Assim é a vida de quem vive nas comunidades que ficam aos pés da Serra de Madureira. A maior parte dos bairros carece de serviços básicos de infraestrutura como iluminação pública e pavimentação. Só os moradores sabem o risco que correm. E não se trata de risco de assalto ou qualquer outro tipo de violência.
A Rua Rosália Reina, no bairro Palhada, em Nova Iguaçu, é uma das mais prejudicadas com a falta de estrutura. Ela é íngreme e vira uma cachoeira em dias de chuva. A água somada aos postes sem luz esconde um grande perigo: o chão escorregadio.
“A rua não é asfaltada e metade dela está sem iluminação. Se os moradores não deixarem as luzes das varandas acesas, fica tudo muito escuro à noite. Aqui há muitas crianças e idosos e alguns já se acidentaram, pois escorrega muito”, revelou a técnica em enfermagem Luciene Venesa, 38 anos, que aponta outros problemas da rua.
“O esgoto foi feito pelos próprios moradores e o semáforo da Estrada de Madureira não funciona. É difícil e perigoso atravessar a pista”, relatou.
Já no bairro Iolanda a situação é ainda mais crítica. A Rua Campinho do Madeira, principal rua do bairro, além de muitos buracos, esconde um perigo ainda maior. Basta uma pancada de chuva para que ela se transforme em um rio. Se a chuva for forte, todo cuidado é pouco, pois alguns pedregulhos ameaçam descer a Serra de Madureira.
“Quando chove, dá até medo de passar por aqui. A água desce o morro e invade nossas casas. Até mesmo algumas pedras vêm parar aqui. É preciso construir uma barragem no pé do morro”, pediu o morador Ledilson Martins, 50 anos, caminhoneiro.
Promessas não foram cumpridas Ledilson conta que a comunidade só não está em pior estado graças ao desempenho do presidente da Associação de Moradores, Alex Antunes. Segundo ele, Alex é quem cuida de todos os problemas do bairro e vai à Prefeitura solicitar os serviços necessários sempre que possível. Mas ele lamenta a falta de interesse de alguns políticos.
“Na época do governo do Lindberg o antigo secretário de obras veio aqui, viu a nossa situação, mas nada foi feito. Os políticos não estão nem aí. O esgoto, por exemplo, foi feito por nós, moradores. Se não fizermos por nossa conta e cruzarmos os braços estamos lascados”, lamentou o caminhoneiro.
Quem sempre bota a mão na massa, ou melhor, no asfalto, é Manoel Pinheiro, 66 anos. Nascido e criado na comunidade, Neca, como é conhecido, faz uma espécie de operação tapa buracos. Ele utiliza asfalto frio para aterrar todos os buracos da Rua Caminho do Madeiro. Neca, inclusive, fez quebra-molas.
“Na Prefeitura a rua consta como asfaltada, mas aqui só há buracos. Eu mesmo arrumo este asfalto frio para tapar os buracos e fiz alguns quebra-molas, pois há motoristas que passam em alta velocidade. Mas tudo desaparece depois de cada chuva e é preciso refazer”, contou o morador.
Fonte: íntegra da matéria do Jornal de Hoje
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