Durante a tarde de ontem, os pacientes que chegavam à UPA do bairro Botafogo, em Nova Iguaçu, na Baixada, eram trazidos em carros particulares. Nenhuma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi vista por lá, nem circulando pelas ruas. Os pacientes abordados eram unânimes em afirmar que o serviço não funciona.
— Samu? Para mim, isso não existe em Nova Iguaçu — protestou a aposentada Maria Moreira, de 71 anos, enquanto era amparada pelo marido na porta da UPA.
Dona Maria levou um tombo em casa no último domingo. Ontem, sentiu-se mal e foi levada de táxi para a unidade de saúde:
— No domingo mesmo, eu tentei ligar para 192 e só tocava a musiquinha. Tivemos que recorrer ao táxi.
Membros de uma família que se revezam, desde anteontem na porta da UPA, aguardando vaga para transferir uma parente, também dizem que não viram nenhuma ambulância.
O secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Renato Baptista, diz que há cinco ambulâncias operando. Sobre as reclamações dos moradores, ele criticou o Cisbaf, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense, central de regulação que recebe chamados para ambulâncias do Samu:
— Agora tentei ligar e ninguém atende. Estamos nas mãos deles.
Já o Cisbaf informou que há um mês Nova Iguaçu não disponibiliza nenhuma ambulância na cidade. A secretaria nega.
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