O deputado Luiz Paulo (Lider da bancada pelo PSDB-RJ) serve o Estado do Rio de Janeiro há mais de 45 anos, com experiência em cargos no Legislativo e no Executivo.
Fez discurso, ontem (7), na tribuna na ALERJ, confiram:
O SR. LUIZ PAULO - Sr. Presidente, vou mudar a temática da minha fala porque aqui, em plenário, alguns poucos Deputados me procuraram e me perguntaram assim: lemos nos jornais que, no próximo final de semana - sexta ou sábado -, na sede do PSDB, no Jardim Botânico...O PSDB mudou de sede e os Deputados desta Casa não foram informados, porque a sede do PSDB era aqui no centro da cidade, ao lado do Amarelinho, mas, agora, mudou-se, o novo PSDB, para uma casa no Jardim Botânico...e que lá será anunciado o novo candidato a Prefeito do PSDB. Os Deputados me perguntaram: quem será? E eu dizia: não sei. Por quê? Porque o Presidente do PSDB, interino, se originou de um golpe engendrado pelo Governador de São Paulo, Dória, com o Presidente Nacional do PSDB, fazendo a dissolução do Diretório do Rio e colocando o Sr. Paulo Marinho na Presidência, ex-colega de partido do Deputado Rodrigo Amorim.
Mas, aqueles que foram dissolvidos e eleitos, democraticamente, estão na Justiça para anular esse ato ditatorial.
O PSDB tem no Rio de Janeiro dois Parlamentares: a Deputada Lucinha e eu. É um ato de total discriminação. Estão nos expulsando do partido, porque candidato a Prefeito é escolhido em convenção. Mas, agora, a escolha é na casa do presidente, muito antes da convenção.
Perguntaram para mim: quem será esse nome? Vou fazer uma provocação ao Deputado Rodrigo Amorim: não tenho a menor noção. Pode ser qualquer nome, porque o PSDB do Rio de Janeiro e, quiçá do Brasil, por orientação do Governador Dória, deixou de ser social-democrata, já que o Governador Dória foi eleito em campanha aliado com o então candidato Jair Messias Bolsonaro.
Então, posso imaginar qualquer coisa, como o candidato do PSDB ser um cidadão que não conheço, mas que o Deputado Rodrigo Amorim conhece, porque era da hoste do PSL, o Sr. Bebiano. Pode ser. Mas, para me surpreender, quiçá, pode ser o Deputado Rodrigo Amorim, por quê? Porque, hoje, o novo PSDB – que de novo só tem o rótulo - está mais próximo do PSL do que de qualquer outro partido.
Estou dando tom de pilhéria, mas, na verdade, o tom que quero dar, de fato, é de indignação. Ingressei nesse partido em março de 93, Deputado Rodrigo Amorim. São vinte e seis anos. Jamais vi esse partido tão achincalhado; tão vilipendiado; tão destruído. Virou um partido de ambições políticas pessoais. Não é mais partido. É um partido que se diz novo, mas só pensa na eleição presidencial do Sr. Dória, que nem completou o seu ciclo de Governo no Estado de São Paulo.
É necessário que vivamos muito para ter decepções cada vez maiores. É inimaginável isto que está acontecendo por meio de golpe. E uma das características minhas é jamais me conformar com golpistas. Golpista merece sempre o nosso repúdio, porque aquele que se conforma com pequenos golpes mais tarde não conseguirá abrir a boca quando acontecerem os grandes golpes, até mesmo suprimir o tão suado, acalentado regime democrático que vivemos neste país e queremos manter.
PSDB quer dizer Partido da Social Democracia Brasileira, a não ser que vá querer – já que é um partido novo, liberal e neoliberal – mudar de nome e ser o partido dos golpistas.
Sr. Presidente, por isso, não era esse o tema que eu ia citar. Mas é lastimável a destruição de um partido a partir das decisões das instâncias superiores, que não começou hoje. Começou lá atrás, quando o PSDB adesista foi para o Governo Temer, quando o PSDB adesista foi para o Governo Crivella, quando o PSDB adesista, também, participa do Governo Wilson.
Mas nós continuaremos o nosso processo de resistência, mostrando que tombaremos de pé. E esse tombar não quer dizer fenecer, não. É tombar no sentido de fênix, para se levantar com mais força, com mais vigor, para continuar a luta, e reafirmando que os golpistas não passarão.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sérgio Louback) – Muito obrigado, nobre Deputado Luiz Paulo.
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