quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Hospital Universitário Pedro Ernesto esta morrendo.

Depoimento de uma residente, cujo nome desconheço, porém eis o texto abaixo, que circula na internet e que ora compartilho:

Eu gostaria de postar esse texto ao final da minha residência como forma de agradecimento ao que foram meus 8 anos nesse hospital. Mas, devido à atual situação da saúde pública, resolvi adiantá-lo. Infelizmente o texto que expressaria só sentimentos bons de uma casa em que passei um terço da minha vida se transformou em algo que não gostaria de mostrar, o HUPE está morrendo. Sim, morrendo. Porque quando queremos valorizar um local ou coisa, damos características humanas a ele, erroneamente. Pois estes mesmos humanos que estão no poder estão destruindo este lugar que não merece nada que se associe com eles. Estes mesmos humanos estão cometendo um homicídio em massa. Isso mesmo, centenas de pessoas estão sendo e serão assassinadas caso a situação continue. Assassinadas pois negligência mata da mesma forma. Por que a negligência médica é tida como crime e dá cadeia, mas a negligência politica que acarreta morte em massa não? Não deveria haver pena para estes sujeitos?
Hoje, o HUPE parou. Internações e consultas de primeira vez suspensas. A grande maioria dos funcionários sem receber pagamento. Fomos orientados a dar alta a todos os pacientes em possíveis condições para bloqueio das vagas, pois agora não há mais lençol limpo para cobrir os leitos.
Sempre me questionei como a humanidade permitiu períodos como holocausto, escravidão e guerras. Fechar os hospitais públicos do Rio não seria também uma chacina? O HUPE é somente um exemplo do que acontece em diversos hospitais no Brasil e em todos os hospitais do Rio. Não há falta de verbas. Há falta de gestão, de direcionamento, de respeito e dignidade, de humanidade. Não sejamos omissos frente a esta situação. Ser omisso é também ser conivente. Divulguem a situação, vamos atingir a mídia, se manifestem e sejam formadores de opinião.

“Não é inevitável. O que vai ser inevitável é aceitar a condição de inevitável. É mutável e é fruto das NOSSAS  ações.”

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