terça-feira, 14 de janeiro de 2014

MANIFESTAÇÕES DE RUA: DESPERTAMENTO DE NOVAS CONSCIÊNCIAS

Por Alcy Maihoní
Tempos atrais em que mobilizações de rua, mesmo havendo precárias convocações tinham grandes participações da população no centro e na baixada. A sociedade vivia alto grau de saturação.
A exemplo do ano de 1984, quando o período da Ditadura estava caminhando para o fim. Naquele ano, eu trabalhava no Instituto Verificador de Circulação – IVC, que era uma empresa que desenvolvia cálculos estatísticos de circulação de jornais e revistas. Certo dia saindo de uma agencia de publicidade no bairro Humaitá em retorno ao escritório e estando nas mediações da Av. Rio Branco, tinha que atravessar a Av. presidente Vargas, pois a empresa na época tinha sua sede na Rua do Acre, centro do Rio. Fui surpreendido por uma grande multidão que se aglomeravam e caminhavam no sentido da Candelária.
Em determinados momentos percebia que estava sendo arrastado literalmente e alheio ao que se passava ao meu redor e muito a contra gosto, receava cair no chão. Não se via calçada ou asfalto da avenida, tamanha era o sucesso da manifestação.
Em volta da Igreja da Candelária havia um comício onde alguns políticos ao palanque comandavam o evento. Ajeitando os óculos e erguendo mais  cabeça, avistei um senhor idoso ao microfone e deu para ouvir um pequeno trecho de seu inflamado discurso onde dizia: “Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido...”
A Presidente Vargas estava tomada pela multidão até a altura da Central do Brasil. E o proposito era único.
Estava no coração da Campanha Pelas Diretas Já.
Mais adiante, já em junho de 2013, outra saturação da sociedade tendo como proposito a luta pelo fim dos aumentos abusivos e da corrupção e as manifestações de rua se multiplicam aos quatro cantos do país, mas desta vez organizadas por grupos populares tendo como ferramenta de convocações a nova tecnologia que são as redes sociais (internet). A nova ordem é apartidária, onde o levantar bandeiras não é mais permitido ou tolerado. A grande mídia ficou de fora. Hoje o contexto é bem diferente do que foi em 84.
Mas a forma de descontentamento e de indignação é a mesma.
Nova Iguaçu – RJ, penso que qualquer ato mobilizador, insurreições populares não é recomendável ter alma antagonista. O proposito do genuíno Movimento Popular Iguaçuano – MPI, ou outro movimento que venha surgir, deve pautar somente a realidade dos fatos e não ser massa de manobra de aproveitadores e grupos articuladores políticos. Os Coordenadores do MPI, na qual ora me incluo, não pode se deixar arrastar, perder o chão, enfim o foco.
De minha parte não sou de oposição a nenhum governo, seja passado ou presente, caso contrário seria um militante de partido. Quem sabe um dia, posso vir a ser...
A dica para quem deseja mobilizar pessoas e sair as ruas em sinal de protesto deve seguir pelo menos duas premissas básicas, são elas:
1ª Ter uma gama de conhecimento do que se esta protestando;
2ª Divulgar os fatos a população de forma imparcial.
Para salientar, assim como foi as Diretas Já e as manifestações de junho/2013, temos que ter em nossa cidade um proposito único, separando e distribuindo as temáticas setoriais visando o despertamento de novas consciências em defesa do coletivo.
Importante mesmo é deixamos de lado certas bobagens políticas e não ficarmos atolados no individualismo.
O Coletivo é o Alvo. E este alvo deve estar bem consciente, com todas as informações pertinentes a cada politicas públicas desenvolvidas ou a serem implementadas na cidade.
Sem controvérsias!

Nenhum comentário:

Postar um comentário