Por Alcy Maihoní
Tempos atrais em que
mobilizações de rua, mesmo havendo precárias convocações tinham grandes
participações da população no centro e na baixada. A sociedade vivia alto grau
de saturação.
A exemplo do ano de 1984,
quando o período da Ditadura estava caminhando para o fim. Naquele ano, eu
trabalhava no Instituto Verificador de Circulação – IVC, que era uma empresa
que desenvolvia cálculos estatísticos de circulação de jornais e revistas. Certo
dia saindo de uma agencia de publicidade no bairro Humaitá em retorno ao
escritório e estando nas mediações da Av. Rio Branco, tinha que atravessar a
Av. presidente Vargas, pois a empresa na época tinha sua sede na Rua do Acre,
centro do Rio. Fui surpreendido por uma grande multidão que se aglomeravam e
caminhavam no sentido da Candelária.
Em determinados momentos percebia
que estava sendo arrastado literalmente e alheio ao que se passava ao meu redor
e muito a contra gosto, receava cair no chão. Não se via calçada ou asfalto da
avenida, tamanha era o sucesso da manifestação.
Em volta da Igreja da Candelária
havia um comício onde alguns políticos ao palanque comandavam o evento.
Ajeitando os óculos e erguendo mais
cabeça, avistei um senhor idoso ao microfone e deu para ouvir um pequeno
trecho de seu inflamado discurso onde dizia: “Todo poder emana do povo e em seu
nome será exercido...”
A Presidente Vargas estava tomada
pela multidão até a altura da Central do Brasil. E o proposito era único.
Estava no coração da Campanha
Pelas Diretas Já.
Mais adiante, já em junho de
2013, outra saturação da sociedade tendo como proposito a luta pelo fim dos
aumentos abusivos e da corrupção e as manifestações de rua se multiplicam aos
quatro cantos do país, mas desta vez organizadas por grupos populares tendo como
ferramenta de convocações a nova tecnologia que são as redes sociais (internet).
A nova ordem é apartidária, onde o levantar bandeiras não é mais permitido ou
tolerado. A grande mídia ficou de fora. Hoje o contexto é bem diferente do que
foi em 84.
Mas a forma de descontentamento e
de indignação é a mesma.
Nova Iguaçu – RJ, penso que
qualquer ato mobilizador, insurreições populares não é recomendável ter alma
antagonista. O proposito do genuíno Movimento Popular Iguaçuano – MPI, ou outro
movimento que venha surgir, deve pautar somente a realidade dos fatos e não ser
massa de manobra de aproveitadores e grupos articuladores políticos. Os
Coordenadores do MPI, na qual ora me incluo, não pode se deixar arrastar,
perder o chão, enfim o foco.
De minha parte não sou de
oposição a nenhum governo, seja passado ou presente, caso contrário seria um
militante de partido. Quem sabe um dia, posso vir a ser...
A dica para quem deseja mobilizar
pessoas e sair as ruas em sinal de protesto deve seguir pelo menos duas
premissas básicas, são elas:
1ª Ter uma gama de conhecimento
do que se esta protestando;
2ª Divulgar os fatos a população
de forma imparcial.
Para salientar, assim como foi as
Diretas Já e as manifestações de junho/2013, temos que ter em nossa cidade um
proposito único, separando e distribuindo as temáticas setoriais visando o despertamento de novas consciências
em defesa do coletivo.
Importante mesmo é deixamos de
lado certas bobagens políticas e não ficarmos atolados no individualismo.
O Coletivo é o Alvo. E este alvo
deve estar bem consciente, com todas as informações pertinentes a cada
politicas públicas desenvolvidas ou a serem implementadas na cidade.
Sem controvérsias!
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