Esta Unidade de Pronto Atendimento na época de sua inauguração era bem melhor, hoje é uma grande vergonha em solo iguaçuano.
Por: Alcy Maihoní
Dia 11 (onze) de abril, sábado, a porta desta UPA estava permanentemente aberta, não havia seguranças na recepção. Ambiente lotado.
Na sala de Classificação de Risco, o procedimento é simples, onde a enfermeira, após ouvir e tirar a pressão dos enfermos, distribui selos autoadesivos nas cores verde, amarelo ou vermelho, de acordo com a gravidade da situação, para que seja fixado na altura do coração. Estas cores determinam a prioridade no atendimento. Quem esta na condição verde, a mesma enfermeira já informa a todos que o tempo de espera esta sendo muito demorado. Motivo: Falta mais médicos para o atendimento. Apenas dois naquele momento estavam de plantão (clínico geral e pediatra).
Idosos, crianças, deficientes físicos, mães com bebês nos colos, juntamente com muitas outras pessoas na fila de espera e que possuíam o selo verde aguardavam de 3 a 4 horas pelo atendimento. Algumas poucas pessoas com selo amarelo, também aguardavam este mesmo tempo.
Neste período de tempo, o ambiente era de tensão, muitas reclamações e palavrões proferidos, pelas pessoas que lá estavam com suas dores e que desejavam prontamente serem atendidas e se expressavam indignadas com a falta de humanização e respeito.
Um médico com estetoscópio no pescoço, havia cruzado a passos largos o recinto, e um homem branco, de camiseta azul (selo verde), se levantou rapidamente e correu até alcançá-lo e implorou para ser atendido. O doutor ignorou, dizendo que iria atende-lo, mas que deveria aguardar sua vez. Então, um barulho ecoou no roll da sala de espera...era o homem branco que se jogou no chão, simulando um desmaio.
_É mentira! _É mentira!
Alguns homens e mulheres gritaram. Um maqueiro trouxe uma cadeira de rodas toda metálica, com uma das rodas empenada e o colocou sentado. O sujeito cara de pau estando acomodado na cadeira, piscou o olho para sua acompanhante, porem muitos , viram assim como o doutor e a enfermeira que estava bem próximos. E o deixaram em "banho maria", no corredor da unidade. Não passou dois minutos, ele se levantou e junto com a acompanhante foram embora, para não mais retornar.
Outro caso, ocorreu neste tempo de espera. Um mulato, com sintoma de embriagues, tirou do bolso um celular e começou a tirar fotos freneticamente, daqui e ali. Entrou no corredor que dá acesso as salas de consultas, raio x e enfermaria e ao retornar tirou ainda mais uma foto mirando o rosto da recepcionista. Foi o suficiente para que a mesma, fosse procurar em algum lugar a segurança.
Quando vieram dois homens (seguranças) vestidos de preto, o fotógrafo amador, já estava bem longe da UPA.
Parece engraçado, se não fosse trágico, tendo em vista que ocorreu no interior de um ambiente público de saúde e lotado.
Estas situações e outras mais agravantes não ocorreriam, se tais seguranças estivessem em seus devidos postos e principalmente se houvesse mais médicos. Imagina se o homem branco em vez de fingir desmaio, fosse dar um murro na cara do médico ou das enfermeiras...imagina se o mulato, em vez do celular, sacasse um revólver...ou vice-versa!!!
Seria um Deus nos acuda! Pânico geral. É por essas e outras que defendo urgentemente, a criação da Guarda Municipal para nossa cidade. Por onde se anda, não há segurança alguma.
Fato estranho, digno de ser também comentado é que na troca de turno (19h),apareceu um enfermeiro, pedindo desculpas a todos pela demora e com lista nominal, foi chamando de cinco a cinco, as pessoas para acompanha-lo. A estupidez foi que algumas pessoas que haviam chegado primeiro, ficaram por último. E o cúmulo do absurdo, foi que os pacientes foram consultados, pasmem... dentro da enfermaria, ao lado dos pacientes internados e não nas salas de consultórios. E ainda os acompanhantes foram proibidos de entrar.
Enfim, somente neste espaço de tempo de espera e atendimento, ocorreram grandes desvios da Lei do SUS. Rasgaram a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Por outro lado, não vi ninguém reclamar, todos ali, naquele momento, e já sendo, mais de 21 horas, acredito que os pensamentos estavam mais voltados para bem longe desta UPA, Longe deste inferno, que se houvesse uma boa gestão estadual, nada disto que relato iria acontecer.
QUE VENHA A CONFERÊNCIA DA SAÚDE- ETAPAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS.
O COLETIVO POPULAR É O ALVO.
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