NOVA IGUAÇU: ÁREA DO VULCÃO / RAMPA DE VOO LIVRE.
Por Alcy Maihoní
Estive em maio, deste ano no alto da Serra de Madureira/ Parque Estadual do Mendanha e verifiquei de perto o alto descaso e abandono por parte das autoridades nesta área de proteção ambiental. Hoje temos alguns grupos e pessoas com atitudes individuais e isoladas, visando a manutenção e preservação da área. Mas, temos que ter certa preocupação e cuidado com estas iniciativas voluntárias.
O INEA/ESTADO, ainda não conseguiu fechar a composição do novo mandato do Conselho Estadual do Parque. No último mandato (2009 à 2012), o conselho, na qual estava como membro, tinhamos conhecimento das ações de colocações de placas e de cercas nas trilhas na Serra do Vulcão, por exemplo. Neste período foi até descoberto um cemitério clandestino de veículos com retirada de 30 carcaças de carros no Gericinó Mendanha em Campo Grande. Hoje sem o conselho operando...tudo esta as cegas, sem disciplina, organização e hierarquias institucionais. Urge estabelecermos prioridades claras para atender da melhor forma esta nossa região, dentro do que determina a lei.
Penso que o INEA/ESTADO deveria pagar ao município pesadas multas por não cumprir o que está disposto na lei.
Recentemente um grupo fincou placas de latão com algumas proibições, tipo: caçar e acampar. Placas informativas sobre altitude, latitude e o ponto que a pessoa no momento se encontra. Um trator foi usado para nivelar a trilha, cujo acesso de veículos de inspeção, preservação e fiscalização estavam com precariedade da locomoção até o topo. O monitoramento e trabalho no combate a incêndios criminosos (queimadas), ficou mais fácil e dinâmico agora por parte da prefeitura. Mesmo sem conselho atuando como deveria, estas ações é digno de louvores, sem dúvida alguma.
Um outro grupo, busca parcerias junto ao INEA/ESTADO e Prefeitura para implantar "Núcleos de Brigadista", nos bairros situados na base do parque. É positivo esta ação, mas neste caso, o projeto de monitoramento estratégico, tem que passar antes de tudo, pelo crivo do conselho gestor e consultivo da APA Gericinó Mendanha/Parque Estadual Mendanha. Políticos ou gestores somente poderão conceder autorização, mediante parecer do conselho.
Outra situação, li ontem (26), na rede social Facebook, um morador do Sub-bairro Iolanda (URG-Comendador Soares), vizinho ao bairro Danon, que sintetiza suas sensatas preocupações, também com esta área de proteção ambiental. Veja abaixo a sua postagem:
"Hoje 26 de agosto estamos no bairro mangueira próximo a usina de asfalto da Ipê engenharia e a pedreira esam. Constatei vários crimes ambientais como falta de plantio de árvores para compensar os danos ambientais, excesso de poeira em uma área aberta, emissão de GAZ também é um danos para os moradores dessa região, em breve irei falar com o representante da empresa para compensar com plantio na região se não tiver bom senso da empresa irei abrir um ICC no ministério público federal e estadual."
Em 2012 o caso desta pedreira foi pauta de reunião e discussões dos membros conselheiros. O descaso com a população é gritante e não é de agora. Relembro novamente que esta mineradora pertence a um grupo de cerca de 08 mineradoras de granito para beneficiamento de pedra britada, entre as quais Pena Branca, Ipê, SEBRITA, TAMOIO dentre outras, sendo o MAIOR GRUPO DE EMPRESAS DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Vejo há tempos uma grande inércia por parte do Governo estadual e municipal em dar solução aos problemas citados por este morador que por questões ética me reservo de não divulgar seu nome. Mas torço para que ele consiga abrir este procedimento no Ministério Público, uma vez que acredito que os executivos destas mineradoras não irão se mexer em prol da população, a não ser sobre pressões judiciais.
Finalizo, recomendando que a prefeitura e entidades não governamentais devem cobrar do INEA, tão logo a regularização do conselho do Parque Estadual do Mendanha. Desta forma evitará dissabores futuros. E em paralelo não gostaria de assistir as boas "ações voluntárias" correrem risco de embargo, se não tiver em mãos um parecer técnico do conselho.
Alcy Maihoní - Ex-Conselheiro da APAGM
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