Por Mario Mantovani e Malu Ribeiro * - A qualidade das águas dos nossos rios ainda é discutida com pouca familiaridade pela sociedade. Sabemos identificar aqueles em pior estado, seja por problemas que a poluição causa ou pela percepção de caraterísticas desagradáveis quando estamos próximos aos rios, como odor ou lixo aparente. Mas será que conhecemos a classe dos rios da nossa cidade e como essa classificação é essencial para a qualidade da água que consumimos?
Nossos rios são enquadrados por uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) entre a classe especial e a classe 4. Apenas os de classe especial, de reservas naturais e áreas de manancial, não são destinados a receber esgoto. A partir daí, nas classes de 1 a 3, as águas podem receber, após tratamento, despejos de efluentes e a poluição aumenta. Com isso, os índices de oxigênio na água diminuem, ampliando também a necessidade de tratamento para o abastecimento humano. Já nos rios de classe 4a poluição é tamanha que o tratamento para abastecimento e usos múltiplos se torna inviável. De acordo com a resolução, ficam os rios de classe 4 destinados apenas à navegação e fins paisagísticos, ou seja, dois eufemismos para um rio cujo o único uso é diluir efluentes e ser um esgoto a céu aberto. Um rio de classe 4 é, portanto, um rio morto.
*Mario Mantovani e Malu Ribeiro são, respectivamente, diretor de Políticas Públicas e coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas Cidades. Fonte - See more at: https://www.sosma.org.br/artigo/precisamos-dos-rios-parana-vivos/#sthash.6w39qELq.dpuf
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